Projeto Música Falada

Saulo Fernandes, Ivete Sangalo, Daniela Mercury e Durval Lelys são os quatro artistas baianos escalados para a primeira edição do Projeto Música Falada, que vai movimentar o Teatro Acbeu de Salvador (localizado no Corredor da Vitória) de setembro a dezembro, com uma apresentação por mês, sempre às terças-feiras. O pai da idéia é o músico Jonga Cunha, que assina a produção musical em parceria com Fernando Guerreiro (produção geral) e André Simões (produção executiva), o mesmo trio do programa Roda a baiana (13h - Rádio Metrópole). O cenário leva a assinatura de Moacir Gramacho, diretor do Teatro Castro Alves. “A idéia do Música Falada é levar o cantor de massa para um público seleto, formador de opinião, uma espécie de elite intelectual, política, empresarial e cultural. Através desse contato, ele vai cantar e falar de sua vida através da música, acompanhado por um quarteto. É uma espécie de pocket-show ou um acústico no sofá. Tudo de forma bem intimista”. A revelação é de Jonga Cunha em conversa com a reportagem do Correio Folia. Orçado em torno de R$150 mil, o projeto estréia dia 25 de setembro a partir das 21h, e a primeira convidada é Ivete Sangalo, com quem Jonga volta a trabalhar depois de dez anos, quando ele dirigiu um show da artista. Provocado se com o Música Falada ele não estaria querendo aproximar “a axé music dos intelectuais, Jonga foi taxativo: “Em outros lugares, os artistas populares são rejeitados pela elite pensante. Aqui não. Existe uma mistura que é muito visível, principalmente no Carnaval, quando todo mundo dança e canta tudo”. Como o teatro só comporta 400 pessoas, Jonga sabe que terá dificuldade em atender à demanda que deverá ser muito grande. Por isso, ele escalou a promoter Licia Fabio para fazer a coordenação dos convidados. “A renda do projeto será dividida em duas partes. Uma destinada à instituição de caridade que será indicada pelo artista. A outra será destinada a cobrir os custos com produção, músicos, técnicos, som, iluminação, entre outros itens. É bom ressaltar que esse projeto só se viabiliza por que os artistas abriram mão de seus cachês”, explica Jonga. A escolha de Saulo, Ivete, Daniela e Durval não foi por acaso. “Eu trabalhei com os quatro, toquei com todos e tenho intimidade com eles. Mas isso não quer dizer que eu não tenha pensado em outros nomes como Margareth Menezes e Claudinha Leitte. Com certeza, eles serão convidados para dar continuidade ao programa. Pois eu pretendo realizá-lo anualmente, incluindo também artistas de fora”, pontua Jonga.

[Jonga Cunha, André Simões e Fernando Guerreiro]

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Fonte: Jornal Correio da Bahia - Coluna do Marrom